247 – A jornalista Miriam Leitão, que trabalhou pelo
golpe de 2016, ao difundir a farsa das "pedaladas fiscais", pretexto
usado pelo PSDB para, em conjunto com DEM e MDB, golpear a ex-presidente Dilma
Rousseff, tomar o controle da Petrobrás, entregar poços de petróleo a empresas
internacionais, retirar direitos trabalhistas, impor o teto de gastos e implantar
um choque neoliberal que produziu a maior destruição de riqueza da história
brasileira, ainda que vendesse a "volta da confiança", começa a se
preocupar com a história.
Em sua coluna deste
domingo, ela diz que se Jair Bolsonaro não vier a ser afastado, o impeachment
de Dilma, que na realidade foi um golpe jurídico, midiático, parlamentar e
também militar, parecerá injusto. "Se permanecer intocado e com o seu
mandato até o fim, a história será reescrita naturalmente. O impeachment da
presidente Dilma parecerá injusto e terá sido", diz ela.
Miriam, no entanto, não faz sua autocrítica e continua
falsificando a história, ao atribuir à ex-presidente Dilma Rousseff, que fez
com que o Brasil alcançasse a menor taxa de desemprego de sua história, ao fim
do primeiro mandato, uma suposta quebra da economia brasileira.
"O impeachment da presidente Dilma não foi apenas
por um preciosismo fiscal, por uma singela pedalada, como ficou na memória de
muita gente, da mesma forma que Collor não foi abatido por um Fiat Elba. Com
seus erros de decisão, sequenciais, Dilma desmontou a economia. A recessão
destruiu 7% do PIB em dois anos, a inflação voltou a dois dígitos, o desemprego
escalou, o déficit e a dívida deram um salto. Tudo isso derrubou sua
popularidade e ela não teve sustentação política. Não foi um golpe",
escreve Miriam, que tentar sustentar uma narrativa cada vez mais frágil.
Depois de um primeiro mandato de crescimento médio e
desemprego baixíssimo, Dilma foi alvo de sabotagem parlamentar promovida pelos
golpistas, dos efeitos econômicos da Lava Jato, que quebrou empresas e tinha
como objetivo abrir espaço para a mudança de regime político no Brasil e da
histeria midiática em torno de altas sazonais de preços, como ocorreu no caso
do tomate, e déficits fiscais que seriam temporários. Depois do golpe de 2016,
a confiança na economia brasileira jamais retornou e os governos
Temer-Bolsonaro têm apenas acelerado o processo de decadência brasileira. https://www.brasil247.com/economia/miriam-leitao-pede-impeachment-de-bolsonaro-e-comeca-a-reconhecer-injustica-no-golpe-contra-dilma